Sabemos que conflitos podem ser positivos e, portanto, desejáveis. O chamado conflito construtivo/ funcional ocorre quando:
- revelam questões importantes e possibilitam a resolução das divergências;
- ajudam as pessoas e os profissionais a aprenderem mais sobre si mesmas e sobre as outras;
- contribuem para a coesão do grupo;
- aumentam a motivação e o engajamento da pessoa ou da equipe;
- possibilitam a reavaliação de comportamentos, procedimentos e ações;
- promovem a criatividade, a inovação e o desenvolvimento de novas ideias, possibilitando o crescimento do indivíduo ou da organização;
- promovem mudanças e transformam positivamente a realidade;
- são resolvidos adequadamente, gerando profunda compreensão, mútuo respeito e aproximação.
Assim sendo, relacionamentos conflituosos podem ser mais saudáveis do que as relações nas quais os conflitos não são percebidos. Basta que os conflitos sejam produtivos e resolvidos adequadamente. Logo, quando se fala no conflito construtivo/ funcional, o importante é não prevenir o seu surgimento, ao contrário do que seria recomendável no caso de um conflito disfuncional.
Por exemplo, no mundo corporativo não raramente uma oportunidade é desperdiçada porque a liderança não gosta ou simplesmente não sabe lidar com conflitos e logo suspende o curso de algo que poderia se revelar de alto valor para a organização.
CHOQUE DE GERAÇÕES E CONFLITOS POSITIVOS
Veja-se o que ocorre muitas vezes em que se verifica o choque de gerações no local de trabalho. Gerações mais experimentadas como a “X” e a dos baby boomers tendem a priorizar mais a hierarquia e a resistir a mudanças, ao passo que membros das gerações mais novas, como a “Y” e a “Z” caracterizam-se pela criatividade, inovação e ousadia.
O conflito em um ambiente de trabalho no qual gerações tão diferentes se mesclam é inevitável, mas isso não significa dizer que ele deva ser necessariamente ruim. A facilitação da comunicação é um dos instrumentos que pode fazer com que integrantes de gerações distintas enxerguem e compreendam as suas diferenças e respeitem os modos de pensar e de agir dos “outros”.
CONSTRUINDO A SOLUÇÃO PARA O CONFLITO
Combater o bom combate não é sempre querer combater e/ou ganhar. Saber quando entrar em um conflito, perceber-se nele ou querer e saber resolvê-lo são habilidades essenciais para o ser humano desenvolver ao máximo a sua existência como pessoa ou profissional.
Para tanto, em tempos nos quais se tenta prever como a inteligência artificial impactará o mundo e o mercado de trabalho (e a própria inteligência racional dos seres humanos), outro tipo de inteligência passa a ser fundamental para lidar com os conflitos nos relacionamentos: a inteligência emocional, ou seja, a nossa capacidade de reconhecer e lidar com os nossos sentimentos e nossas emoções e os sentimentos e as emoções dos outros.